Diz-me como andas, descobrirás quem és!

O exercício que me serviu de inspiração para o artigo desta semana parte de uma ideia bastante simples, mas tem um grande impacto nos seus participantes, como dá para perceber neste vídeo. O objetivo é levar os participantes a refletir sobre “o que é privilégio?”, a partir das suas experiências pessoais. O formato deste exercício é muito criativo e dinâmico e apela ao uso do corpo, pois os participantes movimentam-se ou ficam parados, mediante as instruções dadas, por exemplo: “Se vens de um ambiente familiar acolhedor, dá um passo em frente” ou “Se alguma vez foste vítima de bullying ou gozado por alguma coisa que não podias mudar, dá um passo atrás”*.

Começando inicialmente todas na mesma posição, as pessoas vão naturalmente distanciando-se umas das outras, umas avançando, outras ficando mais para trás.

Esta atividade pode tornar-se muito emotiva, pelo que a preparação do grupo e a reflexão após a mesma são fundamentais, devendo planear-se tempo suficiente para ambas as etapas. O professor ou formador deve preparar o grupo para as emoções que poderão vir à tona durante a atividade e, de preferência, ter já uma relação estabelecida com o mesmo. No final, importa dar oportunidade a todos os participantes para exprimirem os seus sentimentos e partilharem as suas reflexões. Destacar a resiliência de todos, independentemente da posição em que terminaram pode ser uma boa forma de concluir o exercício num tom construtivo e otimista.

Outros temas podem ser explorados, criando-se para cada instruções específicas, como por exemplo: a integração numa equipa de trabalho ou numa empresa (contexto organizacional); o bullying (contexto escolar); suporte social e/ou institucional (intervenção com famílias); etc.

Boas movimentações!

* Exercício-experiência original da BuzzFeed