As relações sinceras que estabelecemos com os outros partem de um estado de vulnerabilidade. De sermos capazes de despir a “roupagem” que habitualmente levamos para os primeiros encontros, para as entrevistas de emprego, para o primeiro dia de formação, etc. e termos a coragem de ser imperfeitos, de ser humildes. Mas fazê-lo sabendo também das nossas virtudes, com amor-próprio e sem necessidade de provar nada. Somos o que somos (há um TED talk sobre este tema de Brené Brown que aconselho vivamente).
Assumirmos esta imperfeição num contexto formativo ou educativo exige uma certa dose de coragem. Criámos de algum modo a expectativa de que temos de nos mostrar os melhores especialistas num certo tema, tal Cristianos Ronaldos a dominar a bola, detentores de soluções, sugestões, estratégias e ferramentas para os problemas que surgem. E esquecemo-nos de ouvir o grupo e sentir as suas frustrações e angústias.
Há uns anos, um supervisor ensinou-me algo muito importante que tinha aprendido com a sua mulher. Quando ela regressava do trabalho depois de um dia particularmente difícil e partilhava as suas dificuldades ele, ignorantemente, tentava ajudar dando soluções: “Porque não experimentas fazer isto ou aquilo?” E ela continuava a “ventilar”. Até que um dia a mulher lhe disse: “Eu sei o que fazer, não precisas de me dar sugestões. Só preciso que me oiças!”
No seu trabalho de supervisão ele começou então a tentar perceber quando é que a sua equipa precisava efetivamente de apoio na procura de estratégias ou apenas ventilar. E as reuniões passaram a ser muito mais produtivas!
Fica o desafio lançado!
Concordo plenamente com o que dizes! Eu aprendi isto de outra forma, durante uma reflexão pôs sessao com os nossos jovens eu estava focada em arranjar soluções e a questão que me foi colocada, que foi : o que estás a sentir? Fez-me exatamente sentir a necessidade de ventilar e não de encontrar soluções! Para além desta experiência o estarmos simplesmente a falar e sentirmos que alguém nos ouve verdadeiramente faz-nos sentir humanos e isso é tão mas tão necessário nos dias de hoje…..
Obrigada pela partilha!
GostarGostar
😉
Obrigada por partilhares a tua experiência, Ana!
Bjs,
GostarGostar
E como precisamos de ventilar! E deixar os miúdos ventilarem de vez em quando? Aprendemos tanto…
GostarLiked by 1 person
Se aprendemos!!
GostarGostar
Nem mais, Paula!
GostarGostar