As relações no coração da resiliência

A resiliência começou a ser estudada em crianças que, apesar de várias adversidades, conseguiam adaptar-se e ser bem sucedidas. Este termo ganhou grande visibilidade e a resiliência começou a ser estudada também nos profissionais de saúde, serviço social e educação.

A resiliência nos professores pode ser entendida como “a capacidade para gerir as incertezas inevitáveis inerentes às realidades do ensino (…), mantendo o equilíbrio e um sentido de compromisso e responsabilidade” (1).

Alguns fatores promovem a resiliência, os chamados fatores protetores, dos quais se destacam as relações interpessoais. Suniya Luthar (2) afirma mesmo que a “resiliência assenta, fundamentalmente, nas relações”. Isto é igualmente verdade para professores e formadores. As relações que estabelecem diariamente com os alunos/ formandos; com colegas e outros profissionais; com amigos e familiares encerram um potencial incrível para a construção diária da sua resiliência (3)(4).

Porque não rentabiliza-las de uma forma consciente e responsável? Porque não fazer uso desta rede para conseguir um apoio diferenciado, face aos desafios diários?

  • Há um colega que tem mais facilidade em gerir determinada turma ou grupo? Porque não perguntar-lhe como faz para o conseguir?
  • Preciso apenas de ventilar sobre o que me aconteceu hoje? Que tal ligar a um amigo que apenas me oiça?
  • Preciso de uma ajuda mais especializada? Que profissional ou técnico me pode ajudar?

Pedir ajuda nem sempre é fácil, mas na maioria das vezes é a melhor maneira de conseguirmos ter outra perspetiva sobre um problema ou de aliviar uma frustração ou preocupação.

Rodearmo-nos de pessoas em quem confiamos, identificar mentores e criar um rede de suporte é essencial numa profissão cada vez mais exigente e com mais desafios!

Fica a sugestão.

 

Bibliografia:

(1) Gu, Q. e Day, C. (2013) Challenges to teacher resilience: conditions count. British Educational Research Journal, 39(1): 22-44.

(2) Luthar, S. (2006). Resilience in development: A synthesis of research across five decades. Em D. Cicchetti & D. Cohen (Eds.), Developmental Psychopathology: Risk, disorder, and adaptation. New York: Wiley, pp. 740-795.

(3) Gu, Q. (2014). The role of relational resilience in teachers’ career-long commitment and effectiveness. Teachers and Teaching, 20(5): 502-529.

(4) Papatraianou, L. H. e Le Cornu, R. (2014). Problematising the Role of Personal and Professional Relationships in Early Career Teacher Resilience. Australian Journal of Teacher Education, 39(1): 100-116.

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